*AGÊNCIA BRASÍLIA
O Governo do Distrito Federal, por meio da Secretaria do Meio Ambiente (Sema), deu o primeiro passo para a recuperação da área do antigo Lixão da Estrutural. Trata-se da contratação de consultoria para elaborar diagnóstico de contaminação e proposta de remediação da área. O estudo foi apresentado na tarde desta terça-feira (26), no Salão Nobre do Palácio do Buriti, e será conduzido pela Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec) com especialistas da Universidade de Brasília (UnB). O prazo de execução é de 12 meses, com orçamento de R$ 1, 3 milhões.
Para o secretário do Meio Ambiente, Sarney Filho, os estudos representam uma vitória para o GDF. “Finalmente vamos enfrentar um problema que foi se avolumando pela deposição irregular do lixo produzido pela população, desde a inauguração da capital federal, ganhando contorno mais grave nas últimas décadas”, destacou.
Esses estudos darão subsídio para a elaboração do termo de referência para o Projeto de Recuperação da Área Degradada (Prad), responsabilidade do Brasília Ambiental. “Com os resultados, o GDF poderá tomar decisões quanto à descontaminação dos corpos hídricos e reparação aos danos causados ao meio ambiente”, acrescentou Sarney Filho.
O secretário informou ainda que os recursos externos para realização do trabalho foram obtidos por meio de cooperação técnica entre o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), o Governo do Distrito Federal (representado pela Sema) e o Projeto CITinova – Promovendo Cidades Sustentáveis no Brasil, do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTI).
Resíduos
O acúmulo de resíduos, durante o período entre 50 e 60 anos em que o lixão operou, gerou impactos sobre os corpos hídricos que convergem para o Lago Paranoá. Foram cerca de 40 milhões de toneladas despejadas no local, em processo de deposição irregular de rejeitos em área de 200 hectares localizada na divisa com o Parque Nacional de Brasília.
De acordo com o coordenador técnico do projeto, o professor da UnB Eloi Guimarães Campos, as ações vão se concentrar no tratamento do chorume; na fitorremediação com plantio de especies nativas e exóticas, que possam reter metais identificados no solo; e no enclausuramenteo do chorume para evitar que continue se espalhando, além do uso dos dados na elaboração do Prad.
“Queremos responder perguntas ainda sem respostas, como a rota que o chorume tem feito e como tratá-lo de uma forma economicamente viável”, sublinhou o professor.
Os estudos, segundo explicou o coordenador, terão dois enfoques a ser conduzidos ao longo do trabalho: o diagnóstico e os testes-pilotos para a apresentação de propostas ao GDF, de tecnologias mais adequadas para o efetivo controle da contaminação e remediação dos danos causados.
“Chaga”
Para o diretor-adjunto do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), Gustavo Souto Maior, o Lixão da Estrutural constitui “uma chaga na história de Brasília”, de forma que traz um enorme ganho para a cidade o início dos trabalhos com vistas à remediação dos danos ambientais causados por sua operação irregular. “Estou feliz e tenho certeza de que esse trabalho será realizado com sucesso”, afirmou.
De acordo com o coordenador-geral do Clima do MCTI, Márcio Rojas, a expectativa do órgão é a realização de trabalhos concretos para que a área seja recuperada. Ele destacou a importância da parceria que possibilitou a contratação dos estudos e disse estar confiante nos resultados.
O presidente da Finatec, Armando Pires, destacou o papel de uma fundação de apoio na solução de problemas que afetam a sociedade. “É um honra e uma satisfação ter nossa equipe envolvida nesse estudo, em área na qual já temos grande conhecimento acumulado. Agora é hora de fazê-lo voltar à sociedade, o que é possível por meio da canalização de recursos”, afirmou.
Participaram também do lançamento dos estudos o subsecretário de Gestão das Águas e Resíduos Sólidos, Jair Vieira Tannus Júnior, e a subsecretária de Assuntos Estratégicos, Alessandra Andreazzi Peresa, ambos da Sema, além da diretora do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), Regina Silvério, do subsecretário de Estruturação e Gestão de Projetos da Secretaria de Projetos Especiais do GDF, Eduardo Amaral da Silveira, e da coordenadora do Projeto CITinova no GDF, Nazaré Soares.
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